Apoio: Renan Dourado
- Psicólogo Clínico e Organizacional pela Universidade São Judas Tadeu;
- Técnico em Segurança do Trabalho pelo SENAC;
- Expansão / Aprimoramento em Psicologia: Programa de Atenção as Tentativas de Suicídio (PROATES) pela Universidade São Judas Tadeu;
- Voluntariado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Contato: renandourado@yahoo.com.br
Considerada a sexta maior causa de incapacitação no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, o Transtorno Bipolar (TB) é uma doença incurável que se caracteriza pela “variação abrupta do estado de humor, forma de pensar, agir e sentir, com a qual o portador ora experiência períodos de depressão, ora de irritabilidade, hiperexcitabilidade e/ou mania”, explica o psicólogo Renan Dourado.
“Comprar compulsivamente qualquer coisa sem necessidade ou utilidade; falas e comportamentos impulsivos sem levar em consideração os riscos que poderão causar para si e aos demais, delírios de grandeza, bem como períodos de apatia, desesperança e episódios depressivos, são indicativos que podem levar ao diagnóstico de Transtorno Bipolar”, alerta Dourado. Observação: “Quem tem depressão, não necessariamente sofrerá de Transtorno Bipolar, mas quem tem o transtorno, possui algum grau de depressão”, esclarece o profissional.
A oscilação comportamental e de humor do portador, além do misto de sinais e sintomas associados à doença, dificulta o diagnóstico precoce dessa patologia por parte dos profissionais da área da saúde, e, consequentemente, um tratamento mais adequado na sua fase inicial. Pesquisas apontam que fatores genéticos hereditários e ambientais, podem ser desencadeadores da enfermidade, sendo o estresse o principal vilão, pontua Dourado.
Segundo ele, o TB afeta o organismo, devido a intensidade e duração dos problemas de saúde advindos da doença, como por exemplo, a insônia crônica, problema comum aos portadores desse transtorno. “A pessoa que sofre de insônia pode apresentar irritabilidade inadequada, falta de concentração e prejuízo da atividade social e / ou profissional, que, por sua vez, podem desencadear uma gastrite emocional, ou dores de cabeça constantes; prejudicando assim o bom funcionamento do organismo”, contextualiza.
Pessoas com quadros depressivos, de apatia, mania e/ou quaisquer outros sintomas relacionados ao TB, que suspeitem estar com o transtorno, devem procurar ajuda profissional especializada, pois “não é possível se fazer um autodiagnóstico, somente um especialista poderá fazer”, diz Dourado.
Para analisar o caráter de incapacitação da doença, como retratado no início da reportagem, a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar – ABTB exemplifica que, caso um portador desenvolva os sintomas do transtorno, aos 20 anos de idade, ele poderá reduzir em até 09 anos a sua expectativa de vida e 14 anos de produtividade profissional, se não seguir o tratamento prescrito, adequadamente. “Por isso se faz necessário o tratamento medicamentoso alinhado à psicoterapia, ao longo da vida, para o melhor controle dos sinais e sintomas da doença e fazer com que o indivíduo retorne às suas atividades sociais e profissionais, tranquilamente”, informa Dourado, salientando que o apoio dos familiares e amigos no enfrentamento e reconhecimento das variações comportamentais e de humor é uma das melhores formas de prestar ajuda a pessoa portadora do TB e à melhor aderência ao tratamento por parte desta.
Estima-se que de 1,8 a 15 milhões de brasileiros sejam portadores desse transtorno, em suas diferentes formas de apresentação, como a distimia, hipomania, ciclotimia, entre outras, como se pode observar no quadro abaixo.
Formas de apresentação do Transtorno Bipolar:
• Distimia: Predomínio da fase maníaca, com depressão mais leve;
• Hipomania: Predomínio da fase depressiva, com mania mais leve;
• Mista: Quando os episódios possuem, simultaneamente, características tanto de mania quanto de depressão.
• Ciclos rápidos: Quando os episódios de variações de humor duram menos de uma semana.
• Ciclotimia: Os sintomas são persistentes por, pelo menos, dois anos, período em que os sintomas de hipomania são leves e depressão ou distimia não são tão profundos para ser qualificados como Depressão maior.
*Definição de Mania, segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: quadro que pertence ou se refere à doença caracterizada por euforia desmotivada, sentimento de bem-estar físico ilimitado e hiperatividade, com aumento de excitabilidade e de irritabilidade; termo geral para a alienação mental devido à excitação.
Arthur Oliveira
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